REBANHÃO (PIONEIROS DO ROCK GOSPEL)

A banda Rebanhão foi a banda responsável por trazer para o solo brasileiro o Rock Gospel. Formada no fim dos anos 1970 pelo Músico Janires Manso, teve em sua formação o conceituado guitarrista e letrista Carlinhos Félix.

A banda sempre foi muito mal vista pela ala mais conservadora da igreja Evangélica, como era de se esperar. Seu primeiro lançamento Full-Lenght, o álbum "Mais doce do que o Mel" de 1981 foi solapado por todos os lados pelos religiosos. A banda foi acusada de satanismo, pois levantou-se um rumor que tocando o disco ao contrário ouvia-se mensagem subliminar sobre satanismo. Sem falar que os religiosos criticaram a capa do disco que trazia o Janires com a camisa aberta mostrando o tórax. O que fez com que a gravadora lançasse uma versão auternativa com uma faixa sobre a camisa do Janines. Mas mesmo assim o disco vendeu melhor do que muitos discos de rock secular naquele ano. O disco simplesmente é um clássico, trazendo um som realmente diferente do que o povo evangélico estava acostumado. Naqueles dias a banda tinha grande influência do Rock progressivo e do tropicalismo. Mas o grande sucesso do álbum e que não pode faltar em um show da banda até hoje é a fantástica e louca música "Baião", que como o nome diz, trata-se de um baião elétrico com uma das letras mais loucas já lançada por uma banda de rock gospel.

Em seus longos anos de carreira a banda realizou diversos feitos impressionantes como ser a primeira banda evangélica a lotar casa e shows seculares e assinar contrato com grandes gravadoras não-cristãs. Suas músicas já foram regravadas por diversos artistas gospel de renome e até hoje é reconhecida como a precursora do movimento gospel nacional.

Em 1986 a banda sofre um grande golpe com a saída de seu fundador Janires Manso. Segundo ele, recebeu a orientação de Deus para mudar-se para Belo Horizonte e formar uma nova banda chama da Banda Azul. Então o guitarrista Carlinhos Félix e o tecladisda Pedro Bracannot assumiram os vocais. Sendo ambos letristas de mão cheia.

Em 1990 a banda lança o disco que muitos (incluindo eu mesmo) como o seu melhor trabalho, o disco "Princípio". A maioria das músicas desse álbum foram escrito por Pedro Bracannot e sua sonoridade tem grande influência do pop rock Nacional. Nele encontramos outro dos grandes clássico da banda, a música "Palácios" que não pode faltar em nenhum show da banda.

No ano seguinte, 1991, a banda lança o álbum "Pé na Estrada" que foi a última gravação com a formação clássica. Pois Carlinhos Félix lança no mesmo ano seu primeiro disco solo e recebe diversos convites para se apresentar individualmente. Por causa disso ele sai da banda para investir em sua carreira.

Pedro Bracannot e Paulo Marotta recebem pacificamente esta decisão e continuam se apresentando com músicos convidados. Mas em 1992 houve também a baixa de Paulo Marotta que decidiu sair da banda por não poder conciliar seu trabalho secular e sua família com a agenda da banda.

Depois desse período Pedro reformula a banda, e apesar de passarem outros músicos pela formação, a banda se firmou com Pablo Chies na guitarra e Wagner carvalho na bateria. A banda também contou com o apoio de Dico Parente que cedeu a banda algumas de suas músicas. E foi nesse período, 1993, que a banda lança o excelente álbum "Enquanto é dia". Dico Parente participou das gravações do álbum como vocalista convidado. É dele a voz na música "Mistério" (A melhor do disco), que é composição sua. O disco também traz a regravação da música "Baião", uma homenagem ao Janires que faleceu em um acidente automobilístico em 1988. Com essa regravação a banda tornou a receber a atenção dos público (muitos deles que não conheciam a música e outros fãs que já conheciam-na do primeiro disco).

Com isso a banda foi convidada a participar do Terceiro SOS da vida, um festival de música gospel organizada pela igreja Renascer em Cristo. Eles tocaram ao lado de grandes bandas como Bride, Fighter e Whitecross. Bem como de bandas nacionais que já tinham notoriedade, mas estavam no inicio da carreira: Oficina G3, Resgate, Fruto Sagrado, Katsbarnea, entre outras. Dico Parente sai da banda logo em seguida.

Em 1996 veio o lançamento do disco consideredo por muitos como um álbum sem relevância, o disco "Por Cima dos montes". Eu particularmente discordo dessa afirmativa e gosto muito do disco. Mas o grande público não destacou nenhuma música desse trabalho.

Em 1999 a banda lança de forma independente o disco "Vamos viver o amor". Curiosamente este trabalho recebeu mais atenção do público do que o disco anterior, pois seu estilo não pode ser considerado como o estilo da banda Rebanhão, já que tem características de louvor congregacional.

Depois desse fiasco a banda entre em um hiato longo. Em 2004 e 2012 Pedro Bracannot, Carlinhos Félix e Paulo Marotta tentaram o retorno da banda, mas não tiveram sucesso devido suas agendas.

Mas em 2014, em comemoração dos 35 anos da banda, eles retornam e estão na ativa desde então na iminência do lançamento de uma DVD comemorativo.

Integrantes

Janires — vocal, violão, ovation, produção musical (1979—1985)

Pedro Braconnot — vocal, piano, sintetizadores, violão, produção musical, técnico de gravação, programação (1980-2000; 2014-atualmente)

Paulo Marotta — vocal, baixo (1980-1992; 2014-atualmente)

Carlinhos Felix — vocal, guitarra, violão (1980-1991; 2014-atualmente)

Kandell Rocha — bateria (1980-1985)

Zé Alberto — percussão (1980-1982)

Fernando Augusto (Tutuca) — bateria, vocal de apoio (1985-1990)

Pablo Chies — guitarra, violão (1993-1998; 2014-atualmente)

Rogério dy Castro — baixo, vocal de apoio (1993-1997)

Wagner Carvalho — bateria, percussão (1993-1997)